Sala de aula invertida é um dos modelos possíveis de Blended Learning e, talvez, o mais fácil e rápido de ser implementado. Nessa proposta, os conteúdos são transmitidos por meio de vídeos a serem assistidos pelos alunos em suas casas. Ou seja, o conteúdo repetitivo é delegado à mídia digital, cabendo ao professor utilizar a sala de aula física para trabalhar metodologias ativas, fomentar comunidades de aprendizagem e ativar a inteligência coletiva.
Finalmente os óculos de realidade virtual começam a chegar no Brasil. Recentemente, adquiri os óculos Samsung Gear VR e fiquei entusiasmado com o realismo das experiências. Trata-se de um novo patamar na interação como o mundo virtual, embora seja fácil enganar o cérebro diante de tanta imersão.
Você pode vivenciar situações mais realistas, como ficar lado a lado no palco com os artistas do Circo de Soleil ou da banda U2. Outras vezes você entra num ambiente de game ou numa animação que tenta simular a realidade. Em todos os casos a sensação de "estar lá" é praticamente perfeita se não fosse alguns ruídos da tecnologia.
Experimentei alguns aplicativos que já poderiam ser utilizados na sala de aula caso fossem acessíveis a todos. Em um deles pode-se visitar a Courtauld Gallery com o aplicativo Woofbert, ver detalhes dos quadros e ouvir explicações detalhadas das obras. Que tal ir mais além e entrar, literalmente, numa cena pintada por Van Gogh ( app Night Cafe)?
Interface Night Cafe
É possível visitar várias cidades do mundo usando as bases do Google Street View e Wikipedia (app Streetview VR). Pode-se ir um pouco mais longe e visitar planetas e constelações (app Star Chart) . Muitas vezes a sensação de estar lá é tão real que não raro sinto vertigem, como por exemplo quando estou na pele de um astronauta que sai do módulo para deslizar no espaço sem gravidade e atrito. Confesso que os passeios pelo espaço são os meus preferidos :)
Outro app interessante é a Casa da Língua ( House of Language), uma aplicação lúdica para treinar palavras e frases mais comuns nos idiomas inglês, alemão ou espanhol em 10 ambientes diferentes: cinema, aeroporto, café etc.
O kit de realidade virtual da Samsung ainda está muito caro, pois os óculos só funcionam com o modelo S6 ou superior. Porém, a diversão e aprendizado paga cada centavo. Uma solução mais em conta e viável para a educação seria usar o Google Cardboard.
Com a queda do preço, o futuro da RV é promissor. Enfim, as possibilidades são infinitas. Com certeza muita coisa interessante deve vir por aí.
O ensino híbrido exige a ruptura com o modelo de aula baseada no discurso do mestre. A polegarzinha, como diz Michael Serres, não precisa mais do professor recitador, do anunciador do conhecimento, pois isso a mídia digital faz com mais praticidade. Cabe agora ao professor do Milênio reinventar-se, revendo sua práxis, rompendo com a didática da transmissão. Em vez de um transmissor, agora ele deve assumir o papel de arquiteto cognitivo, termo também proposto Andrea Cecilia Ramal.
Os livros abaixo podem auxiliar o professor nessa missão de criar uma sala de aula mais dinâmica, interativa e contextualizada para seus aluno, uma vez que o tempo que antes era empregado para anunciar, agora pode ser utilizado para criar contextos de ensino e aprendizagem mais significativos.
Entusiasta do uso de tecnologia na aprendizagem.
Doutor em Educação, Arte e História da Cultura. Mestre em Tecnologias da Inteligência. Especialista em Design Instrucional. Graduado em Odontologia. Publicidade e Progaganda (em andamento). Gestão de Mídias Sociais (em andamento).